Uma coisa não podemos negar, Zack Snyder sabe mesmo como manter seus filmes em evidência. Aproveitando o período de quarentena global, o diretor resolveu fazer uma “Watch Party” de um de seus filmes mais controversos, Batman v Superman: A Origem da Justiça.
Os fãs do diretor puderam acompanhar uma live com ele comentando o filme, respondendo dúvidas do pessoal e falando bastante também sobre outros filmes que dirigiu, como O Homem de Aço e Watchmen. E claro que algumas questões viriam a tona, principalmente se tratando da visão que Snyder tem sobre algumas cenas meio “contraditórias” em seus filmes.
Primeiro, o diretor foi questionado sobre a mensagem que queria passar com a cena de Superman quebrando o pescoço de Zod em Man of Steel, que acabou chocando bastante os fãs do herói:
“Se entendermos de outra perspectiva que o Superman está salvando o mundo de ser transformado em outro planeta, o bem maior está sendo feito. É um tipico cenário do Ozymandias, quando um grande sacrifício é feito para salvar a humanidade e eu diria que nem é intencional”. O diretor complementou dizendo que “Zod é um cara poderoso. Sugerir que você pode derrotá-lo sem que ele quase ganhe, não é realista. Não é o tipo de consequência que eu quero nos meus filmes de super-heróis”.
Isso dá a entender que o único jeito de parar Zod naquele momento era matando-o, mesmo que tivesse consequências para o Superman no futuro. O importante era tirar o vilão de cena, já que a luta entre os dois não iria acabar tão cedo e provocaria ainda mais mortes, como a daquela família ali ameaçada por Zod. A cena é bastante clara, mas o que choca é justamente ver Superman matando alguém, mesmo o seu pior inimigo.
Já questionado sobre a cena onde Superman fala a famosa frase “Save Martha”, Snyder tentou argumentar mais sobre o contexto da cena nas entrelinhas e não apenas o que acontece de fato nela:
“A ideia era que o Batman tivesse perdido sua bússola moral e tivesse se tornado o que ele odiava. Toda a ideia do filme era criar um arco no qual o Batman confronta a humanidade do Superman, e que ele se encontre novamente. Isso era a tese original do filme, que todos somos humanos e que nos conectamos de alguma forma. Nossas mães tem o mesmo nome, isso é meio que algo fundamental ‘nós dois temos uma mãe, nós dois somos humanos'”.
Snyder ainda tentou argumentar que ao perceber essa humanidade do Superman, o “Cavaleiro das Trevas” cairia na real e veria o quanto havia se corrompido. Porém, mesmo que a ideia tenha sido boa, a execução dessa cena em específico não passou a real emoção que o diretor afirma. Talvez, a construção da história de BvS até chegar a esse clímax tenha pecado demais e a cena acabou perdendo o peso que o diretor gostaria que tivesse.
O diretor também falou um pouco sobre Watchmen e como avalia sua ideia sobre as ações feitas pelos super-heróis em geral: “Eu não gosto dessa ideia de não se ter consequências, que esses personagens surjam no nosso mundo e simplesmente criem e resolvam esses problemas gigantes do nada”. Parece que Snyder ainda tem uma visão muito sombria sobre os filmes de super-heróis (uma pena).
E você, entendeu o que o diretor quis dizer com essas cenas? Ainda espera pelo lançamento da “versão do diretor” de Liga da Justiça? Deixe sua opinião nos comentários…