Em algum momento da vida, acredito que todo mundo já se identificou com Peter Parker…
Aquele rapaz tímido, que nunca conseguia a atenção da garota que ele gostava na escola e que quase sempre vivia fugindo dos valentões. Também acredito que qualquer um que se identifica com Peter, se identifica com o seu alter-ego, o Homem-Aranha e também gostaria de ter os poderes dele, como subir em paredes, balançar-se entre os prédios e ter superforça.
Deve ser por essa razão que o amigão da vizinhança faça tanto sucesso nos consoles. De fato, a relação do Homem-Aranha com o mundo dos games é quase tão antiga quanto a própria história dos consoles. E muita coisa mudou desde a primeira aparição do cabeça de teia, ainda nos loucos “Anos 80”.
Essa longa história pode até ser contada em outro post, uma vez que você deve ter vindo aqui para ler nossas impressões sobre a mais recente aventura do Aranha nos consoles. Carregue seus fluidos de teia, e boa leitura!
Nova York, a cidade das referências
Não podemos falar de Homem-Aranha sem citar Nova York. Afinal, Peter é o amigão da vizinhança. E que vizinhança. O pessoal da Insomniac se esforçou para recriar a cidade da forma mais fiel possível, dos letreiros iluminados da Times Square aos prédios mais antigos do Harlem. Comparado com os games de mundo aberto mais atuais, a Manhattan virtual nem é tão grande, mas se destaca por essa atenção aos detalhes, que acabam recompensando os jogadores que tem fome de exploração.
Isso porque a cidade é cheia de pequenas referências a outros personagens da Marvel, como na imagem aí de cima, onde encontramos o escritório de advocacia Nelson & Murdock, lar de um famoso advogado cego que também luta contra o crime.
Crime, crime por toda a parte…
Claro que nem tudo são flores em NY. Durante seus passeios pela cidade, eventualmente o Homem-Aranha irá se deparar com diversos crimes nas redondezas. Roubo de joalherias, sequestros-relâmpago e até ameaças de bomba. Conforme vamos avançando na história, mais frequentes esses crimes ocorrem, e também mais variados eles vão se tornando. E cabe ao amigão da vizinhança dar uma lição a esses criminosos.
Ao impedir esses crimes, ganhamos os chamados “Crime Tokens”, que podem ser usados para desbloquear novas roupas e melhorar os equipamentos do herói. Esses crimes também são uma ótima forma para se habituar ao incrível sistema de combate de game.
Porrada neles!
De um modo geral, o combate em Spider-Man lembra muito a série Arkham, do Batman. Há um botão para os socos e chutes, um para agarrão e um para esquiva e contra-ataque. Mas as diferenças acabam por aí, uma ver que o Aranha é muito mais ágil e acrobático.
E aqui, a esquiva faz muito mais sentido, uma vez que Peter usa o seu “sentido aranha” para identificar ataques próximos. Além do combate corpo-a-corpo, o game também proporciona vários momentos furtivos. É possível, por exemplo, se pendurar em um lugar alto, e “pescar” os inimigos que passam por perto. O que é uma ótima estratégia, para quando há muitos inimigos num mesmo lugar.
Um detalhe legal do game é que o Aranha não mata nenhum inimigo. Ao invés disso, quando ficam fora de combate, os inimigos ficam presos numa espécie de casulo de teia. Mais uma prova de como o amigão da vizinhança é realmente um cara legal.
Peter Parker, um cara normal
Entre uma patrulha e outra, Peter precisa conciliar sua vida de super-herói e sua vida normal. Isso é bem retratado no game, especialmente durante as primeiras missões. Por isso, não é raro você estar no meio de uma luta com bandidos e receber uma ligação da Tia May, ou de seu chefe…
Uma pena que esses momentos como Peter Parker se resumem a ir de uma sala a outra, para assistir cutscenes. Seria uma boa ver Peter passeando por Nova York. Quem sabe numa próxima, né.
Todo herói tem seu ponto fraco. Será?
É claro que nem tudo é perfeito. Embora o game seja impecável em alguns pontos, ele peca em alguns outros. Quem busca um game mais desafiador, por exemplo, talvez não curta tanto o game. De fato, ele é muito fácil. Conforme o jogo avança e você ganha mais habilidades, é bem improvável morrer durante um combate.
Outro ponto chatinho é em relação aos puzzles. Em diversos momentos do game, é necessário que você monte placas de circuito para desarmar bombas, ou fazer com que alguns eletrônicos funcionem. Com o tempo, esses puzzles se tornam bem repetitivos, além de quebrar totalmente o clima de ação do resto do game.
Comparado com outros grandes exclusivos da Sony, como Uncharted e God of War, a localização de Spider-Man deixou a desejar um pouco. Embora os personagens principais sejam muito bem dublados, não é raro encontrar pedestres nas ruas falando em inglês. Nada que atrapalhe a jogatina, é claro, mas que aparenta um pouco de “desleixo” por parte dos estúdios que fizeram a localização do game.
Veredito
Basicamente, essa é nossa impressão sobre o novo Spider-Man. Combate fluido, ótimos cenários, história divertida, porém com algumas falhas de execução. Com tudo isso, podemos dizer que o game é com certeza um dos melhores exclusivos do PS4. Ah, e como é uma obra assinada pela >Marvel, tem cenas pós-creditos sim! E vale a pena assistir hein… Só não coloquei aqui para não dar spoiler!