O Linkin Park anunciou no ano passado o retorno da banda, 7 anos após a morte do cantor Chester Bennington. Trazendo uma nova formação e uma nova vocalista, o grupo liderado por Mike Shinoda alcançou o topo das paradas em vários países e vem deste então fazendo shows memoráveis e recebendo o carinho dos fãs por cada lugar que passa.
O LP chega em São Paulo no dia 8 de Novembro com a sua nova turnê From Zero, voltando as raízes do Nu Metal, estilo que influenciou os dois primeiros CDs da banda e que agora retorna ao novo álbum, mais forte do que nunca. Com um total de 11 faixas, o disco traz um sentimento de nostalgia, ao mesmo tempo que explora novos ritmos e tenta deixar sua marca.

Quase um ano após o lançamento do novo CD, podemos afirmar que as adições de Emily Armstrong e do baterista Collin Britain fizeram muito bem a banda. O Linkin Park se encontra hoje num patamar muito mais alto do que estava antes, trazendo os fãs antigos de volta e isso se deve muito ao esforço e dedicação que os membros da banda colocaram nesse disco.
Depois de ouvir bastante o novo álbum, sinto que a banda não quis apenas resgatar o estilo que fez Hybrid Theory (2001) e Meteora (2003) serem referência na indústria, mas também homenagear os outros álbuns que vieram na sequência e de certo modo, moldaram a banda a ser o que ela é hoje. Cada uma das músicas do novo disco reflete uma parte dessa história tão bonita e isso que quero mostrar pra vocês neste post…
1 – From Zero (Intro)
From Zero assim como os outros álbuns do Linkin Park precisava ter uma faixa de introdução. A música traz um coral e uma pequena gravação de Emily descobrindo o nome do novo álbum em uma conversa com Mike Shinoda. E é claro que o líder da banda aproveitou o momento e usou ele pra ser o “prelúdio” do que estava por vir. Outra curiosidade dessa faixa é que nos segundos finais da última música do álbum, Good Things Go, é possível ouvir o mesmo coral iniciando novamente o CD, como um círculo perfeito…
2 – The Emptiness Machine
A primeira música divulgada pelo Linkin Park durante a sua volta aos palcos foi Emptiness Machine, que apresentou Emily Armstrong como a nova voz da banda. A canção ao meu ver pode ser considerada o cartão de visitas do novo disco do LP, trazendo elementos característicos como o piano e as guitarras de volta, além de um dueto sensacional entre os dois vocalistas. Aqui não temos clara referência a nenhum álbum específico, justamente porquê a música mescla as diferentes eras do Linkin Park num estilo único que provavelmente será o novo som da banda daqui pra frente…
3 – Cut The Bridge
Cut The Brigde me lembra muito aquele som mais leve que o Linkin Park adotou na época do Minutes To Midnight (2007), tentando fugir do Nu Metal. A música tem a pegada de “Bleed It Out” e “Across The Line”, com uma bateria ritmada e os vocais da Emily mais energéticos no refrão. O rap do Shinoda também parece acompanhar a cadência da música, que incorpora aquele rock mais “alternativo” que a banda começou a fazer depois desse CD…
4 – Heavy Is The Crown
As referências ao Nu Metal começam a aparecer primeiramente em Heavy Is The Crown, que traz a gritaria de Emily, junto com os efeitos de Mr. Hahn e o rap de Shinoda. A faixa lembra muito a era Meteora (2003), que marcou uma geração justamente pelo poder e agressividade que as músicas tinham naquela época. O ápice da música é o gutural de 16 segundos da vocalista do Linkin Park, que remete ao famoso grito de Chester em “Given Up”. Uma das melhores músicas do novo CD, sem dúvidas…
5 – Over Each Other
Over Each Other a princípio não foi tão bem aceitas pelos fãs, pois era uma música pop no meio do rock ‘n’ roll que o novo álbum propunha. Mas a faixa solo de Emily aos poucos foi conquistando o coração do público, já que resgata aquele tom “dramático” que sempre esteve presente nas grandes canções do Linkin Park e lembra músicas como “Powerless” e “I’ll Be Gone”, que fizeram parte da era Living Things (2012)…
6 – Casualty
A sexta faixa de From Zero pode ser considerada a mais barulhenta de todo o álbum. Além de trazer toda a poder vocal de Emily, Casualty tem guitarras extremamente agressivas e uma bateria super rápida, que lembra muito o “punk rock” empregado no albúm The Hunting Party (2014). Naquela época o LP quis inovar um pouco, depois de abusar bastante do eletrônico e acertou em trazer de volta um som bem mais pesado para aquele CD…
7 – Overflow
Overflow me trouxe o mesmo sentimento que tive ouvindo pela primeira vez o álbum A Thousand Suns (2010), onde as guitarras são postas de lado para dar lugar a um eletrônico carregado de muito som industrial. A música é uma verdadeira experiência sensorial, que remete ao estilo mais “cerebral” do quarto álbum da banda. Na época, Shinoda foi o grande responsável por essa virada do Linkin Park e uma de suas maiores qualidades é justamente explorar diversos tipos de sons diferentes e conseguir organizá-los todos dentro da mesma música…
8 – Two Faced
Talvez a música mais famosa do novo disco, Two Faced logo de cara mostrou para o que veio e trouxe o Nu Metal de volta finalmente ao topo das paradas. A faixa é uma verdadeira homenagem à Hybrid Theory (2001) e a tudo que o Linkin Park representa, marcando a história da banda em cada acorde da melodia e mostrando que o grupo ainda sabe como fazer música. A introdução que remete à “A Place To My Head”, a pegada que lembra muito “One Step Closer”, tudo nessa música é perfeito…
9 – Stained
Outra música que evoca novamente a energia do álbum Living Things (2012) é Stained. Misturando rap, rock e eletrônico, a canção tem um ar de rock moderno que lembra bastante as músicas do quinto disco da banda. O modo como o Linkin Park fez questão de reverenciar todos os estilos que eles já trabalharam dentro desse novo CD, demonstra que a banda pode ocupar diferentes espaços dentro do mundo da música, não precisando ser rotulada com A ou B para fazer sucesso…
10 – IGYEIH
A minha música favorita do novo álbum é sem dúvidas, IGYEIH. Alguns elementos característicos do Hybrid Theory (2001) e do Meteora (2003) estão presente aqui, como a gritaria, os riffs pesados de guitarra e os “scratches” do Mr. Hahn. Porém, essa faixa tem algo a mais, algo que me fez me sentir fã novamente do Linkin Park. A paixão pela banda antes adormecida, agora volta com todas as forças, muito por conta dessa música resgatar o sentimento de “frustação” e “revolta” que fizeram as canções do LP serem tão marcantes em nossas vidas e que nos motivam até hoje a mudar a realidade que nos encontramos…
11 – Good Things Go
Good Things Go, a última música do albúm e que pra mim fecha perfeitamente o novo trabalho do Linkin Park. A faixa final é a mais emocional de todo o disco, trazendo vocais mais intensos e uma letra mais melancólica. E como todos os seis primeiros álbuns do LP foram de certa forma referenciados nas músicas anteriores, faltava algo que lembrasse One More Light (2017) neste novo CD. A emoção que essa última canção transmite mostra que o legado “pop”, que Chester queria deixar com o último disco antes da sua morte, pode continuar vivo com a nova banda. E ele certamente deve estar muito feliz por isso, onde quer que ele esteja… 🥲
