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[REVIEW] Breath of The Wild, o melhor Zelda de todos os tempos?

The Legend of Zelda: Breath of the Wild é uma experiência fantástica para os recém chegados na série e também para veteranos. Um vasto mundo aberto te dá a sensação de liberdade a todo o momento.


Experiência

O jogo pouco lhe guia em seus primeiros passos e muito menos lhe explica todas as complexas e numerosas mecânicas desse novo mundo. Apesar de parecer uma critica é justamente essa falta de tutoriais que lhe peguem pela mão e lhe mostrem o que fazer, que dá a sensação de uma verdadeira aventura neste mundo selvagem, sensação essa que lembra muito a essência de jogos de sobrevivência.

A trilha sonora dá um show a parte. Em momentos mais calmos a trilha sonora trata de acalmar o jogador com uma leve música ambiente que combina perfeitamente com o clima selvagem do ambiente. Já em momentos de batalha temos uma trilha sonora agitada o que automaticamente deixar o jogador em estado de alerta, afinal sobreviver em Breath of the Wild dependerá de todos os seus sentidos, sua capacidade de planejamento e de lidar com situações adversas.

Os gráficos “pixelados” do game remetem a uma animação japonesa. Apesar de a Nintendo diversas vezes mencionar que esta não é sua maior preocupação, é indiscutível que o jogo está muito bonito.


História

O game conta a lenda do reino de Hyrule como uma antiga história. E nessa história existe um vilão, “Ganon, a Calamidade”, que de tempos em tempos aparece para causar destruição. Porém, o reino sempre conta com um herói (Link) escolhido através dos anos e uma princesa (Zelda) com sangue dos deuses para selar esta calamidade.

Com base nesse contexto, o reino de Hyrule se preparou, prosperou e adquiriu um alto nível tecnológico, sendo capaz de desenvolver guardiões automatizados para ajudar na batalha contra Ganon. Dentre esses guardiões foram desenvolvidas quatro máquinas especiais chamadas Bestas Divinas. Estas bestas são controladas por quatro guerreiros nomeados como os Campeões do Reino, onde em conjunto protegem o herói e a princesa da lenda, pois estes são os únicos capazes de selar Ganon.

É nesse contexto que a história do game se desenrola, cabe ao jogador descobrir o que aconteceu até o momento do despertar de seu personagem e como salvar o reino de Hyrule. Por fim, o enredo do game é muito bem pensado, com diversos momentos emocionantes e personagens memoráveis, que certamente vão tocar e despertar os sentimentos dos jogadores durante a aventura.


Mecânicas do Jogo/Mundo Aberto

O mundo de Breath of the Wild é selvagem, como o próprio nome em inglês diz. O jogo possui diversas mecânicas de sobrevivência e fascina pela quantidade de detalhes. Durante nossa jogatina, conseguimos adotar a seguinte premissa: se é possível fazer algo na vida real, provavelmente é possível fazer também no game.

Uma das primeiras mecânicas que o jogador se depara é com o termômetro que indica a temperatura corporal de Link. Caso você deseje subir uma montanha com neve, saiba que sua temperatura irá cair, o que fará com que seu personagem perca vida progressivamente. O mesmo ocorre em situações de calor extremo ao andar em um vulcão ou em um deserto, por exemplo. Para lidar com essas situações adversas, o jogador deve pensar como se estivesse passando por isso. um exemplo seria acender uma tocha para afastar o frio, usar alguma roupa adequada ou comer algum alimento que aumente sua temperatura corporal.

Outra mecânica adicionada ao jogo foi a “barra de estamina”. Esta barra determina o fôlego de Link para correr, planar, nadar, escalar de montanhas e até domar montarias (cavalos, cervos e até ursos). Também foi adicionado um medidor de sons, que serve para determinar o barulho que o personagem faz ao se locomover e medir se uma ação furtiva terá sucesso.

Por falar em consumir alimentos, o jogo lhe permite caçar, colher e cozinhar alimentos. Cada ingrediente possui suas características únicas que juntas podem resultar em um prato mais elaborado, que potencializa os efeitos dos ingredientes. Para cozinhar é necessário apenas fogo e uma panela (é possível assar alguns alimentos ingredientes diretamente no fogo, mas isso não potencializa muito seus efeitos, além de que se exposto ao fogo por muito tempo o ingrediente pode queimar).

O fogo é um elemento muito interessante dentro do game. Além se servir para aquecer seu personagem e preparar alimentos, ele também pode ser utilizado como arma e até como impulso para levantar vôo com seu Paraglider. Saiba que se você incendiar uma região com folhagens, o fogo irá se espalhar de acordo com o vento até consumir toda a folhagem da região. Cabe ao jogador utilizar este fator como vantagem estratégica durante a aventura. Além disso, é possível utilizar fogo e madeira para construir fogueiras, que no game servem para Link descansar e esperar até determinado horário.


Mapa/Clima

O clima do jogo muda dependendo da região e com o passar do tempo. No jogo, existe uma barra de clima que indica a situação climática atual e dos próximos dias. Por exemplo caso planeje, uma escalada longa, é importante fazer isso enquanto não estiver chovendo, pois Link pode escorregar durante a subida. Durante o tempo chuvoso, só é possível ascender fogueiras, caso você encontre abrigo. Caso a chuva vire uma tempestade com raios é bom remover qualquer equipamento metálico, afinal os mesmos atraem raios que podem ser fatais.

Em um mapa tão grande e vasto como o de Breath of the Wild, as distancias e obstáculos podem se tornar um grande problema ao viajar de um ponto ao outro no game. Para isso temos 3 opções de transporte no jogo: Montaria (onde no caso dos cavalos podemos registrar os mesmos para sempre utilizá-los quando necessário), Jangadas (abanando uma folha Korok é possível mover a jangada) e por fim, o Paraglider (que possibilita o jogador planar).

Por ser um jogo de mundo aberto, este tipo de jogo por si só demanda uma grande quantidade de tempo e dedicação por parte dos jogadores.

Um defeito que a maioria destes jogos sofre e que não ocorre nesse novo jogo é a redundância de missões, onde o jogador tem a impressão de já ter realizado uma missão similar em outro ponto do jogo. Em Breath of the Wild dá-se a impressão que cada missão é importante, que cada uma deve ser realizada e não deixada para trás. Por mais que a quantidade de missões secundárias não seja grande, o jogo tem muito a ser explorado e o instiga a explorar seu enorme mapa.

Também existem diferenças entre viajar de dia e a noite no game. Durante a noite inimigos em formato de caveira e morcegos aparecem com maior freqüência para lhe atacar. Porém os inimigos comuns, em sua maioria, estarão dormindo e ficam mais suscetíveis a emboscadas, caso você precise atacá-los. Então, fique atento.


Sistema de Combate

Talvez uma das características mais marcantes da franquia seja seu sistema de combate. Em Breath of the Wild isso não é diferente. O jogo como um todo flui muito bem explorando as novas mecânicas baseadas em games clássicos de RPG, que funcionam perfeitamente com as mecânicas já conhecidas pelos fãs da série The Legend of Zelda.

Um bom exemplo se dá na barra de vida do personagem que desde o primeiro game é marcada através de corações. Característica essa mantida, com a diferença que esta agora obedece também a outros status comumente conhecidos em jogos de RPG, como pontos de defesa que podem aumentar ou diminuir dependendo da vestimenta equipada em Link.

Vale lembrar que não é só de pontos de defesa que as roupas de Breath of the Wild são formadas. Cada conjunto de roupas no game possui características únicas, podendo influenciar de formas diferentes o personagem, como por exemplo, dando resistência ao frio/calor ou diminuindo o barulho que o personagem faz ao se locomover.

Além das vestimentas, Link agora é capaz de manusear uma gama maior de armas para enfrentar seus inimigos, além de seu equipamento tradicional formado por espada e escudo, o elfo agora pode manusear lanças, machados, espadas de duas mãos, bastões mágicos, martelos, arcos e até mesmo pedaços de madeira.

O sistema de combate de Breath of The Wild lembra muito o de games anteriores da série, onde é possível fixar a câmera em um inimigo durante o combate. Você pode subir seu escudo para se defender (caso esteja usando um), atacar, se esquivar e aparar ataques. O destaque aqui fica para a esquiva a aparagem dos ataques, que caso efetuada no momento correto, permite que o inimigo fique em slow motion, aberto à uma seqüência devastadora de ataques.

Os combates também podem ocorrer em cima de sua montaria, seguindo os mesmos conceitos do combate a pé, com a diferença de que não é possível se esquivar ou aparar ataques montado.


Veredito

Zelda: Breath of the Wild é um dos melhores jogos que já joguei. O jogo te prende pela quantidade de detalhes em sua mecânica muito bem elaborada e o sistema de batalhas funciona muito bem, atendendo tanto jogadores veteranos, quanto novatos. A história do jogo é envolvente com personagens marcantes e lutas memoráveis. Além da incrível sensação de liberdade que é passada, o jogo te instiga à exploração do mapa e garante muitas horas de jogatina.