Faz algum tempo que a gente não lança um pitaco aqui no site e dessa vez eu quis trazer um assunto que acho que a maioria dos fãs da Nintendo tem debatido nos últimos meses… a volta da empresa japonesa ao Brasil.
Como o pessoal já sabe, a Nintendo em 2015 acabou saindo do país por conta dos altos impostos e isso impactou o mercado de games por aqui. Com a saída da empresa, o mercado “cinza” acabou crescendo bastante nesse período, com importações “não convencionais” que traziam os jogos e consoles da Big N e supriam a demanda dos fãs brasileiros.
O lançamento do Nintendo Switch em 2017 foi uma prova disso, já que pouco depois o videogame chegou ao Brasil com um preço até que acessível pra época, custando em torno de R$1.500. Porém com as altas do dólar cada vez mais constantes, o preço do console híbrido acabou disparando nos últimos tempos, com pessoas vendendo o console na internet por valores exorbitantes que vão de R$3.500 até R$5.000, ainda mais agora na pandemia.
E é nesse mesmo momento de quarentena, que a Nintendo volta ao Brasil anunciando que seus produtos licenciados serão vendidos oficialmente no país através de lojas varejistas como Magazine Luiza, Submarino e Lojas Americanas. O lançamento do Nintendo Switch em terras tupiniquins foi agora no dia 18 de Setembro e revelou o preço oficial do console no BR, com um novo custando na faixa de R$3.000.
É claro que o preço não difere muito do que está sendo vendido hoje no mercado cinza. Mas como sabemos, esses produtos oficiais tem toda a questão dos impostos e garantia já embutidos no preço (coisa que um produto importado por alguém de fora não teria). Mesmo assim, o console continua sendo muito caro para nós brasileiros e a situação não melhora quando falamos dos jogos de Nintendo Switch, outro ponto que a Nintendo meio que deixou a desejar nessa volta ao Brasil.
Logo de antemão, a empresa avisou que não trará jogos físicos para serem vendidos aqui, apenas digitais. A empresa atualmente não considera a fabricação ou montagem local de dispositivos no nosso país, já que a importação dos cartuchos traria um alto custo ao produto devido aos impostos. Por hora, os jogos de Nintendo Switch continuarão a ser vendidos apenas via código, como é feito hoje pela Loja Nintendo ou por aqueles famosos cartõezinhos pré-pagos.
Porém, essa estratégia inicial da Nintendo aparenta não trazer nenhuma melhoria direta aos jogadores daqui do BR, já que pelo visto ainda ficaremos sem tradução PT-BR nos jogos e pior, nem uma versão brasileira da Nintendo eShop está ainda nos planos da empresa. O que acaba sendo uma tremenda falta de consideração com nós brasileiros, que precisamos criar contas em outros países as vezes pra ver as novidades e os jogos novos do console.
Essa “gambiarra” acaba até atrapalhando os jogadores, que muitas vezes precisam comprar jogos do Switch pagando em dólar + IOF, já que muitos deles não estão disponíveis nas lojas daqui (especialmente jogos indies). Isso sem falar nos preços absurdos dos jogos mais populares do console, que nunca saem da faixa de R$250 à R$300, mesmo aqueles que nem são mais lançamento, como Super Mario Odyssey e Zelda: Breath of The Wild.
Ou seja, se você é verdadeiramente fã da Nintendo e mora no Brasil, você com certeza acabou desembolsando uma “fortuna” para jogar o seu Nintendo Switch. Ao meu ver, a Nintendo ainda precisa fazer muito mais do que apenas trazer o console para o Brasil e vender códigos. De que adianta ela vir pra cá de novo, sendo que a empresa não está tão empenhada em melhorar a vida dos jogadores brasileiros, não trazendo nenhuma alternativa nova para mudar o mercado por aqui?
Queremos produtos e acessórios licenciados mais em conta, localização PT-BR nos jogos e uma eShop brasileira com promoções de verdade. Acredito que a Nintendo tem ainda muito mais a oferecer e espero que um dia a empresa entenda a importância do nosso país no mercado de games.