Confesso que com o passar dos anos acompanhando a cultura pop em geral, eu acabei perdendo o apreço por premiações como o Oscar, o Grammy e o próprio The Game Awards.
O fato de termos apenas um vencedor entre um grupo seleto onde todos são teoricamente merecedores é algo que as vezes pode ser bem injusto dentro da indústria. Exemplos não faltam, o caso mais recente foi o da premiação da Bola de Ouro que elegeu Rodri ao invés de Vinícius Júnior. Não que o espanhol não tenha feito uma excelente temporada, mas o brasileiro merecia muito mais o prêmio esse ano que qualquer outro jogador.
Às vezes o nosso sentimento de revolta é tão grande, que faz a gente contestar até os critérios para a escolha de uma premiação. Será que o racismo na Europa fez com que o Vini não ganhasse o prêmio de Melhor do Mundo? Será que os membros da academia realmente assistem todos os filmes do Oscar antes de votar? Será que os jurados da TGA realmente acharam Astro Bot melhor do que Black Myth: Wukong?
A gameplay acima fala por si só. O excelente jogo baseado no conto “Jornada para o Oeste”, um clássico da literatura chinesa, era visto como a maior aposta esse ano para ganhar o GOTY. Isso porquê o game fez um enorme sucesso no seu lançamento, trazendo elementos de ação e RPG e contando uma história emocionante que apresenta Wukong, o Rei Macaco, para o Ocidente de forma maestral.
Claro que no meio do caminho tinham grandes concorrentes como Final Fantasy VII: Rebirth, Metaphor: ReFantazio e Elden Ring: Shadow of the Erdtree (que pra mim, nem deveria estar concorrendo por ser uma DLC, mas tava lá na lista). Porém ninguém imaginaria que Astro Bot, jogo do robozinho que virou mascote da Sony, fosse o grande vencedor do prêmio “Game of The Year”.
O jogo é até legalzinho, utiliza e muito o poder do Dualsense, o ultra moderno controle do PS5, que apresenta ao jogador diversas maneiras de jogar videogame, com a sua gameplay diferente e inovadora. Mas, analisando friamente, esse jogo seria o que foi o Super Mario: Odyssey pro Switch, um game bem mais família e bacana de jogar pra passar o tempo.
Claro que a gente fica triste de Black Myth: Wukong não ter ganhado nada no The Game Awards 2024. Afinal, o estúdio chinês Game Science trabalhou muito nesse jogo e dá pra ver que eles fizeram tudo praticamente do zero, sem apoio de nenhuma das grandes desenvolvedoras. Coroar esse trabalho, mesmo que fosse apenas pelas categorias técnicas seria o ideal, visto o quanto o game se esforçou pra ser memorável.
Mas fica aí o protesto pras “grandes premiações”, que não possuem critérios claros e objetivos, fazendo com que nós espectadores fiquemos em dúvida se realmente Wukong acabou sendo “roubado” esse ano na cara dura, assim como Red Dead Redemption 2 foi no TGA 2018, La La Land foi no Oscar 2017 e Michael Jackson foi no Grammy 1988. Nunca esqueceremos…
Ahh e pra finalizar, o que foi aquele trailer de The Witcher IV? Os caras da CD Projekt Red sabem como hypar a galera pros seus jogos, ein! Fica a expectativa pra essa nova geração de games, que ainda tem muita lenha pra queimar!